Na semana passada eu postei sobre o livro Cisne Negro e me lembrei que, no início do livro, o autor Nassim Taleb fala sobre a guerra do Líbano que ele vivenciou quando ainda era adolescente, no final do século passado.
Ontem, quando fui caminhar, resolvi escutar um audiobook do primeiro capítulo do livro para me relembrar do que ele falou sobre a guerra e o que me chamou a atenção é que ele conta que, quando a guerra do Líbano começou, todos diziam que ela duraria uns poucos dias e as pessoas que fugiam levavam poucas coisas, para ficarem em países próximos, esperando que tudo se resolvesse, conforme os especialistas e historiadores de guerra afirmavam. A guerra durou mais de quinze anos, com todo tipo de desdobramentos, mostrando que as previsões sobre ela estavam todas erradas.
Ninguém pode prever os rumos de uma guerra, quer seja ela na idade média, e dure cem anos, quer seja no século passado, e dure quinze anos, ou atualmente, como a guerra na Ucrânia, que já vai para um mês. Refugiados de alguns dias podem passar a ser de uma vida toda e até de gerações.
O interessante é que há aprendizados de uma guerra para outra em termos de armamentos, estratégias e tecnologias, mas quase nada em termos de humanidade, uma vez que sempre se usam civis como alvo e como escudo, e as histórias dramáticas dos atingidos e dos refugiados são, ao mesmo tempo, únicas e semelhantes, quer se use espadas, canhões ou mísseis teleguiados.
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